Estimativa é de
Brasil tenha cerca de 2 milhões de casos
Campinas, 1º de abril de 2013 – Uma caminhada no próximo
domingo, dia 07 de abril, marcará o Dia Mundial de Conscientização do Autismo
em Campinas. Organizada pelo segundo ano consecutivo por um grupo de país com o
objetivo de chamar a atenção da população para este transtorno, formas de
detecção e prevenção e tratamento correto, a ação acontece às 9h, com saída do
portão principal de entrada da Lagoa do Taquaral e terá o apoio de empresas,
autoridades e veículos de comunicação.
O transtorno do Autismo, descrito pela
primeira vez em 1943 pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, se manifesta antes
dos 3 anos de idade. É mais comum em meninos e causa, em vários graus de
intensidade, problemas de comunicação, comportamento e socialização. O autismo,
infelizmente, ainda não tem cura. Mas, se descoberto e tratado de maneira
correta logo no início, é possível até fazer um autista chegar à faculdade.
Até os anos 1960, o autismo envolvia apenas a
dificuldade que certas crianças tinham de manter contatos afetivos. A culpa
recaía, de forma equivocada, sobre o comportamento frio e distante de algumas
mães. Com os avanços na área de psiquiatria infantil, tal definição precisou
ser corrigida e ampliada. Hoje, o que era visto como trauma ou doença passou a
ser tratado pelos médicos como transtornos do espectro autista (TEA).
Transtorno porque tem várias causas não detectáveis com exames de laboratório.
E, no plural, porque o problema se manifesta em diversos graus de intensidade.
O autismo resulta de falhas na comunicação
entre as células cerebrais, chamadas neurônios. Isso interfere no funcionamento
das áreas que controlam a comunicação e a linguagem, a capacidade de interação
e o comportamento. Há várias causas que podem levar a esse "defeito",
como desarranjo biológico na formação do cérebro, infecções e traumas durante
ou após a gestação, que acabam afetando o sistema nervoso central do bebê.
Também se descobriu que existem mais de 100 genes envolvidos, interferindo de
forma ainda pouco compreendida.
Entre as indicações clássicas estão os
movimentos repetitivos com o corpo e as mãos, aversão ao toque, apatia e
dificuldade de manter o contato olho no olho. Mas há outras: crianças com 1 e
meio a 2 anos que não falam, hipersensibilidade a certos sons, ecolalia (só
fala por meio da repetição de frases que ouviu), tendência ao isolamento,
fascinação por água, irritação ou agressividade quando são contrariados ou saem
da rotina, hábitos alimentares e interesses restritos.
Há casos mais graves, em geral associados ao
retardo mental, e aqueles que passam despercebidos até pelos médicos. Estes
constituem 20% a 30% dos autistas; são pessoas inteligentes, capazes de falar e
com alto potencial de aprendizado. São classificados como portadores da
síndrome de Asperger, homenagem ao pediatra austríaco Hans Asperger, primeiro a
identificar, em 1944, crianças autistas inteligentes.
Pais cujos filhos apresentam um dos sinais
citados devem levá-los a um psiquiatra infantil, profissional habilitado a
diagnosticar e tratar do transtorno no Brasil. Ainda existem poucos centros de
referência em diagnóstico e tratamento no país, como o Instituto de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas da FMUSP, com o Projeto Autismo.
Segundo Rosana Leh Dias, uma das
organizadoras da caminhada em Campinas, esta ação ainda é feita de forma
informal sem apoio de órgãos público ou privado. “Até o ano passado, contávamos
apenas com a boa vontade das mídias para a cobertura do evento. Neste ano,
empresas como O Joe & Leo´s Campinas passaram a nos apoiar e esperamos que
isso desperte a atenção de outros empresários da cidade e da região” A ideia,
explica Rosana, é despertar nas autoridades e na própria comunidade a
importância de um olhar mais atento e desenvolvimento de políticas regionais
voltadas para o acompanhamento e tratamento dos portadores de deficiências, de
forma a amenizar o sofrimento e o preconceito que ainda existem para com estas
pessoas.
De acordo com o diretor do Joe & Leo´s
Campinas, Carlos Américo Louredo, é possível mudar o quadro atual de descaso e
preconceito para com os portadores e, até mesmo, abrir as portas das empresas
para estas pessoas, inserindo-as no mercado de trabalho e na vida social.
“Estamos estudando junto com um grupo de país de portadores qual a melhor forma
de inseri-los no mercado de trabalho, a começar pela nossa própria unidade”,
disse.
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